Muito se discutem as diferenças entre os sistemas republicanos e monárquicos que fico com a sensação que já muitos conhecem os argumentos apresentados por uns e outros.
Contudo, há momentos que, pela sua oportunidade, são importantes para relembrar aquilo que move cada um dos apoiantes destas formas diferentes de ser nação.
Neste sentido gostava de chamar a atenção para a discussão sobre o que é mais caro, a república ou a monarquia.
Na verdade, esta discussão tem uma importância relativa porque aquilo que é determinante para uma nação não tem preço, mas mesmo assim vale a pena analisar o problema.
Veja-se um dos aspetos que está relacionado com o encargo crescente que o Estado, ou seja, cada um de nós tem com os ex-presidentes da república.
A que propósito deve o Estado, ou seja, o cidadão, além do óbvio e natural reconhecimento pelo serviço público prestado por estes representantes da nação, continuar a custear despesas além da merecida reforma a que todos temos direito?
Numa época em que tanto se fala de transparência e da evidente necessidade de todos prestarmos contas das nossas obrigações, qual tem sido a mais-valia para Portugal do trabalho efetuado pelos três ex-presidentes da república que continuamos a financiar diariamente?
Numa monarquia, o chefe de Estado mantém-se em funções de forma permanente e contínua até que se concretize a sucessão.
Que força tem o argumento que o Presidente da República é eleito quando afinal o Estado continua a financiá-lo após o exercício das suas funções? Afinal, parece que temos um chefe de estado em exercício e vários chefes de estado eméritos.
Não me parece que seja uma boa solução.
Prefiro, e acredito que é melhor para todos nós, que o chefe de estado seja alguém que desde que nasce aprende a ser, a sentir, a compreender o que é ser português.
Finalmente, para aqueles que acham que o mundo se resume a critérios economicistas, a monarquia é mais barata que a república, apesar do destino de um País não ter preço.