O País está mais uma vez entretido com as comemorações da implantação da república e com a atribuição de condecorações, mais ou menos polémicas, a personalidades, mais ou menos merecedoras das mesmas. A título de curiosidade, recordo que as condecorações não são mais do que uma cópia do que a monarquia fazia para distinguir aqueles que se destacavam em prol da nação lusa.
E mais uma vez o País não se apercebe, não discute e não reflete se o caminho que seguimos desde o dia 5 de outubro de 1910 é aquele que nos serve melhor enquanto povo e enquanto nação.
Com efeito, mais de 100 anos depois, a situação comparativa do País pouco ou nada melhorou face à realidade geográfica onde está inserido, ou seja, para todos aqueles que suportam a implantação da república como resultado de uma monarquia decadente dos finais do século XIX que não servia os interesses de todos os portugueses, repensem a vossa análise porque a república não nos colocou em melhor posição.
Continuamos genericamente na cauda da Europa e com diversos vícios implantados próprios de países pouco desenvolvidos e onde os interesses pessoais, efémeros e que a poucos servem, a não ser aos próprios, revelam uma falta de sentido de estado, uma falta de identidade e, mais do que tudo, uma inexistente visão estratégica do País a longo prazo, ou seja, multigeracional.
É importante recordar que vivemos “alegremente” num regime que foi montado com base num assassinato, numa conspiração contra um Estado democrático e sem suporte parlamentar, uma vez que os republicanos presentes no parlamento eram uma minoria muito pouco significativa.
Imagine-se o que diriam os republicanos se uma conspiração monárquica adotasse o mesmo procedimento para impor um novo modelo de Estado.
No entanto, descansem os republicanos porque os verdadeiros monárquicos colocam o País e o interesse nacional sempre à frente das suas convicções pessoais e não recorrerão aos métodos mais primitivos para impor o modelo que é para todos nós aquele que poderá recolocar Portugal como uma das nações mais relevantes do Mundo.
E enganam-se aqueles que pensam que a dimensão ou localização geográfica que temos nos impede de ter um papel relevante na história da Humanidade, iniciado formalmente no dia 5 de outubro de 1143, data esta que não merece quaisquer referências oficiais, mas que representa o dia do nosso nascimento.
Na verdade, ao não comemorarmos a data da fundação de Portugal é como se cada um de nós deixasse de comemorar a sua data de nascimento e passasse a comemorar apenas outra efeméride qualquer que tivesse ocorrido mais tarde.
Por todas estas razões, deixo aqui uma mensagem para que todos os monárquicos ou que têm simpatia pela monarquia e que se movem nos “corredores do poder” exerçam a sua influência para passarmos a lembrar este dia pela razão mais importante e que de uma vez por todas seja incluída na agenda das discussões a necessidade de abandonarmos um articulado da Lei Fundamental Portuguesa que é castrador da vontade de um povo poder decidir os seus destinos.
Parabéns Portugal por este dia e pelos teus 873 anos!!!!