A minha formação académica ensinou-me o método científico que, de uma forma simplificada, consiste numa pergunta, na formulação de uma ou mais hipóteses, na verificação destas através da experimentação e nas respetivas conclusões.
Ora, podemos falar numa metodologia de tentativa/erro, ou seja, experimentamos a nossa hipótese e, se falhar a sua verificação, passamos à próxima e assim sucessivamente até acertarmos.
Esta metodologia pode ser usada em muitos outros aspetos da vida. Por exemplo, se formos donos de uma empresa e quisermos contratar um bom gestor, fazemos um conjunto de entrevistas, avaliamos os curricula e fazemos a nossa seleção. Feita a escolha (hipótese), vamos iniciar a sua experimentação colocando o candidato escolhido a gerir a empresa e vamos fazendo a avaliação (tentativa). Correndo mal (erro) reiniciamos todo o processo. Correndo bem, temos a nossa hipótese confirmada como certa e, enquanto os resultados confirmarem as nossas expetativas iniciais, mantemos o gestor escolhido em funções.
Um país não é mais do que uma grande empresa com caraterísticas muito próprias e que também precisa de um bom gestor (governo). Quando este gestor não gera os resultados esperados no período que lhe é concedido, temos sempre oportunidade de o substituir (eleições), ou seja, as funções executivas devem, em nome dos resultados que se pretendem, ser exercidas sempre numa lógica de regime experimental. Se gostamos do seu desempenho reelegemos os mesmos gestores, se não, procuramos alternativas.
Além das funções executivas existe a representatividade, a personificação da empresa, ou seja, pensemos no fundador da empresa. Pensemos naquele que idealizou a empresa e o serviço que esta iria prestar, pensemos naquele que representa a filosofia e a genética da empresa. É fácil concordarmos que o fundador é quem conseguirá representar a empresa da melhor maneira.
Contudo, quando este desaparece quem poderá exercer melhor esta função de representatividade? Serão as pessoas que cresceram com esta pessoa, que viveram ao seu lado, que aprenderam com ele ou qualquer outra que escolhamos numa lógica de tentativa/erro? A resposta parece óbvia para todos.
Não nego que advogo que em qualquer situação quem faz a diferença são as pessoas, mas também é verdade que os melhores modelos ajudam-nos a fazer as escolhas com maior probabilidade de serem acertadas.
Assim, no caso da empresa, se a quisermos bem representada, temos maiores probabilidades de encontrarmos a pessoa certa no conjunto daquelas que conviveram com o fundador, que aprenderam com ele, que conhecem com profundidade as suas motivações.
Voltemos então ao país e a quem o deve representar e pensemos no modelo republicano. Neste modelo, formulamos uma hipótese (votamos num candidato), testamos e, se correr mal, não reelegemos. Até aqui tudo bem, embora não encontre qualquer racionalidade na entrega da chefia de um estado numa lógica de tentativa/erro.
Mas imaginemos que corre bem. A república, benevolente, deixa elegê-lo uma vez mais, mas depois, em nome de uma suposta rotatividade e desapego do poder, temos que começar tudo de novo. Parece-me claramente uma má opção e estou certo que, se praticamente ninguém seguiria esta metodologia na sua própria empresa para escolher o sucessor do fundador, por que razão deveremos adotá-la para o nosso país.
O sistema monárquico, pelo contrário, escolhe alguém que conhece bem o país, o povo, a cultura e a dinâmica social. Na verdade, o modelo monárquico procura maximizar as possibilidades de ter a pessoa certa a representar o país. O modelo monárquico escolhe alguém que conhece profundamente os ensinamentos do fundador, alguém que pode verdadeiramente substituí-lo com estabilidade, com competência e sem qualquer interesse individual.
O modelo monárquico é, sem margem para dúvidas, aquele que mais garantias dá para uma escolha acertada do representante máximo de um país.
Uma rainha ou um rei têm um espírito de missão e um comprometimento com a sua pátria vitalícios!