22 de outubro de 1807
Neste dia Portugal e a Grã-Bretanha celebraram um tratado internacional, conhecido como “Convenção secreta sobre a transferência para o Brasil da sede da Monarquia Portuguesa e ocupação temporária da ilha da Madeira por tropas britânicas”.
Esta convenção, assinada em Londres pelo príncipe regente de Portugal, D. João, e pelo rei inglês, Jorge III, permitiu à corte portuguesa transferir-se para o Brasil com o apoio naval britânico e simultaneamente abrir os portos brasileiros às mercadorias britânicas.
Refira-se que esta transferência da corte portuguesa é única na história, dado que não há casos semelhantes de uma colónia passar a ser a sede de uma corte europeia. Neste período entre finais de 1807 e 1821 a capital do Reino de Portugal passou a ser o Rio de Janeiro.
É importante dar nota das duas principais consequências desta transferência da corte, ou seja, por um lado impediu-se a concretização do projeto de Napoleão para a Península Ibérica, uma vez que não conseguiu aprisionar em Lisboa a família real Portuguesa, por outro deu origem à Revolução de 1820 que opôs liberais e absolutistas.
Personalidade nascida neste dia
No dia 22 de outubro de 1689 nasceu em Lisboa João Francisco António José Bento Bernardo de Bragança, que veio a ser o rei D. João V, o Magnânimo.
Era filho do rei D. Pedro II e da condessa palatina de Neuburg, Maria Sofia Isabel. O seu reinado durou 43 anos até ao dia da sua morte em 31 de julho de 1750. É considerado o reinado mais rico da História de Portugal, marcado pela descoberta de ouro no Brasil no final do século XVII.
D. João V sempre tentou dinamizar a imagem de Portugal como uma grande potência, exteriorizado, por exemplo, nas embaixadas que enviou ao imperador Leopoldo I em 1708, a Luís XIV de França em 1715, ao papa Clemente XI em 1716 e ao imperador da China em 1725.
Nas iniciativas que empreendeu destacou-se também o fomento do estudo da história e da língua portuguesa e a construção de grandes edifícios que, infelizmente, viriam em grande parte a ser destruídos pelo Terramoto de 1755.
Resistiram até hoje o Palácio Nacional de Mafra, a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra, o Aqueduto das Águas Livres e grande parte da coleção do Museu Nacional dos Coches, que ainda hoje é considerada como uma das mais importantes a nível mundial.
Do ponto de vista imaterial, D. João V deixou-nos a Academia Real da História Portuguesa, hoje Academia Portuguesa da História e ainda o Patriarcado de Lisboa, um dos três patriarcados do Ocidente da Igreja Católica.
O último grande feito diplomático do reinado de D. João V foi o Tratado de Madrid de 1750, que definiu as fronteiras modernas do Brasil.
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