Quando iniciei este blogue há mais de cinco anos foi com o intuito de criar um espaço onde pudessem ficar algumas das minhas ideias, das minhas reflexões, mesmo que não tenham interesse para os outros.
Uma dessas minhas reflexões é a importância que dou às referências que nos acompanham e inspiram ao longo da vida, aos sábios com quem nos vamos cruzando, pessoalmente ou não, e cujos ensinamentos procuro reter.
O artigo “Referências” que escrevi há cerca de três anos enquadra e explica a importância que dou às pessoas que de alguma forma me influenciaram. Antes deste escrevi outro sobre o Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, intitulando-o “A voz dos sábios”, no qual procuro explanar as razões pelas quais devemos ouvir as vozes daqueles que pela sua experiência e sabedoria acumuladas são relevantes para pensarmos estrategicamente o país.
Mais tarde voltei a escrever sobre a importância dos sábios em “A voz dos sábios – parte 2” após ter ouvido uma entrevista fantástica e cheia de ensinamentos ao Professor Sobrinho Simões.
Ainda nesta temática escrevi “O papel dos ex-presidentes da república” dando nota que a experiência destas personalidades portuguesas não era devidamente aproveitada em benefício de Portugal e dos Portugueses.
Nesta sequência não poderia deixar de escrever sobre a entrevista que o General Ramalho Eanes deu ontem ao Miguel Sousa Tavares e que é um exemplo perfeito de uma voz sábia. Com efeito, todas as respostas, todas as reflexões que este ex-presidente da república deu e fez são um manual de como aprender com o passado e refletir essas lições no planeamento estratégico das políticas do país.
É uma entrevista que deve ser vista e ouvida por todos, que deve ser analisada pelos comentadores políticos, que deve servir para os decisores políticos aprenderem como se faz, aprenderem a ouvir antes de fazer.
Reitero a necessidade de Portugal encontrar um modelo que seja aglutinador do conhecimento, da experiência e das ideias daqueles, que pela sua inteligência e pelo seu percurso de vida, podem ser decisivos na definição das estratégias de longo prazo para Portugal.
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