Ao longo de 17 publicações procurei apresentar de forma muito simplificada as ideias chave desenvolvidas pelo Dr. Mário Saraiva no seu livro “Razões Reais” publicado pela primeira vez em 1970 e com uma reedição de grande qualidade pela Real Associação de Lisboa.
Em cada uma dessas publicações escolhi para terminar uma citação deste livro, pretendendo que cada uma delas exprimisse as ideias principais de cada um dos capítulos.
Pretensiosamente posso considerar que as 17 citações constituem ideias chave para a doutrina monárquica, podendo servir de suporte à defesa da monarquia como um regime mais adequado para Portugal.
De facto, cada uma destas citações é um bom ponto de partida para a discussão e esclarecimento essenciais e necessários sobre o que podemos esperar de um regime monárquico em contraponto com a república que vivemos.
Para quem quiser ler, reler ou aprofundar mais um pouco, cada uma das citações é um link para a publicação respetiva.
Termino recomendando a leitura da obra integral porque em toda a sua simplicidade, é bastante esclarecedora do pensamento monárquico.
- A política marca um sentido na vida da nação e decide do seu futuro.
- Uma representação nacional autêntica terá de abranger, para aquém e além do efémero presente, a herança do passado e a projecção futura, isto é, ajustar-se à personalidade histórica da nação.
- O conceito da unidade monárquica não é o de unanimidade política; é o da harmonia do conjunto nacional.
- A Chefia do Estado requer o que Lyautey chamava <<especialização em conhecimentos gerais>>, um apurado senso prático, uma maleabilidade subtil, um agudo sentido de equilíbrio, e, sobretudo, o domínio e alguma abstracção do eu para poder interpretar a consciência pública e encarnar o sentimento colectivo.
- O Rei é o deputado inato de todos os que votaram mas não conseguiram eleger, e de todos os que não votaram.
- Na Monarquia a instituição dinástica identifica-se com a perenidade da Pátria.
- Porque a Realeza foi uma emenda e um avanço – um inteligente avanço! – à primitiva forma eleitoral, temos ou não inteira razão em dizer que o preconceito republicano da escolha tem o significado de um retrocesso?
- O facto indiscutível, por ser visível, é que o abuso do Poder deriva mais facilmente das chefias de Estado preenchidas por eleição e menos das de origem hereditária. É a realidade que o mostra.
- …mas que a Realeza custasse tanto ou mais que a Presidência, se nos poupava aos prejuízos monetários e morais das repetidas campanhas eleitorais, sairia, feitas bem essas contas e todas as outras, uma forma de governo mais económica e também mais vantajosa à Nação.
- Qualquer cidadão que se elevasse pelos seus méritos ou pelos seus feitos distintos ao serviço da comunidade pátria, podia ascender à Nobreza.
- A questão aqui não se põe entre melhor e pior; põe-se entre ter e não ter.
- O Rei ouve a Nação e, como seu fiel mais intérprete e primeiro servidor, guarda e defende a legitimidade constitucional.
- Rei – personificação da Pátria, Rei – procurador dos descaminhos do Reino, Rei – defensor da Nação perante o Estado. Eis-nos diante de três posições basilares que necessariamente marcam, orientam e definem a jurisdição ou magistratura real.
- Não se discute agora a dignidade ou o patriotismo de quem manda, nem a competência ou a obra do Governo. Não é isso que está em causa. Reclama-se apenas o regresso do Poder Legítimo afastado pela Revolução.
- Não governa, mas olha pelos Governos e, por isso, supremo intérprete do sentimento e do interesse da Nação…
- Então a República portuguesa tinha um Rei e conhecia o apogeu da sua grandeza. Hoje Estado Republicano não é sinónimo de República. Falta-lhe o Rei.
- Não se trata já de preferências políticas e de simpatias ideológicas. Acima delas é o interesse nacional que manda. É o patriotismo dos Portugueses que está em causa e que há-de responder.